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Arquitetos: Pasquinel Studio, Taller Carlos Marín
- Área: 1537 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Onnis Luque
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Fabricantes: AutoDesk, Basaltex, Comosa, Kraken, Rhino, Sólido
Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetado a quatro mãos pelos arquitetos do Taller Carlos Marín e do escritório Pasquinel Studio, e localizado a oitenta quilômetros ao sul da Cidade do México, o Hotel Tepoztlpán é um edifício profundamente enraizado na paisagem ancestral do Parque Nacional El Tepozteco, onde encontra-se uma das mais importantes zonas arqueológicas da região norte do estado de Morelos. Considerando os principais critérios estabelecidos pelo novo plano diretor desenvolvido para a área, o Hotel Tepoztlpán é desenvolvido em um conjunto de quatro pequenos edifícios complementares, cada um deles com o seu programa específico, explorando as principais virtudes do local em meio à natureza selvagem de Tepozteco. Concebido para regulamentar o uso de uma enorme área até então subutilizada, o novo masterplan prevê a preservação de boa parte da exuberante vegetação nativa do planalto central mexicano, principalmente das árvores de médio e grande porte que haviam crescido livremente pelo terreno ao longo das últimas décadas. Desde o início, a preservação da condição natural do terreno foi considerada primordial no desenvolvimento do projeto. Além disso, a topografia com acentuada inclinação representava um dos maiores desafios para a implantação dos volumes no terreno — a qual foi resolvida com a separação do programa em diferentes estruturas. A partir do edifício de acesso, executado em concreto pigmentado, os visitantes vão descobrindo ao longo do trajeto todos os quatro edifícios que compõe o complexo do hotel. Através de uma série de rampas de suave inclinação,onde é possível acessar as áreas de uso comum e piscina, que encontra-se 2.5 metros abaixo no nível de acesso. Por sua vez, a primeira estrutura do conjunto, o edifício que abriga os quartos dos hóspedes, determina a primeira parada obrigatória e também encontra-se em uma cota mais baixa que o nível do acesso principal.
Buscando intervir minimamente na topografia do terreno, os edifícios foram implantados de forma a liberar o espaço do térreo, possibilitando que a vegetação característica de Tepoztlán crescesse naturalmente apropriando-se da arquitetura e dos jardins do hotel com o passar dos anos. Desde o início, os arquitetos trabalharam lado à lado com o paisagista Luis Guisar, identificando as espécies nativas com a finalidade de preservá-las ou então relocá-las caso necessário. As árvores de maior porte, por sua vez, atuaram como importantes condicionantes do projeto, determinando a localização dos volumes, recortando, perfurando e moldando a arquitetura. No final, 99% da vegetação existente foi preservada.
Tepoztlán é uma região de solo calcário com grande quantidade de rochas vulcânicas, as quais foram utilizadas para a construção dos murros de arrimo, paredes e pisos. A estratégia dos arquitetos foi escavar a rocha em locais estratégicos, retirando a matéria prima para a edificação ao mesmo tempo que liberava área útil para a construção dos edifícios.
Apropriando-se de alguns destes pontos de escavação, foram criados uma série de espaços, os quais foram transformados em espelhos d'água, dando forma a um sistema de captação e coleta de água da chuva, o qual começa na cobertura de cada uma das quatro estruturas do hotel, sendo distribuída e canalizada para então ser tratada e armazenada nas cisternas.
A fusão entre arquitetura e paisagem foi uma das principais premissas de projeto desde o primeiro momento. Desta forma, os arquitetos optaram por utilizar a rocha encontrada no local para construir as paredes e pavimentar os caminhos. A estrutura global do hotel foi executada em concreto aparente com pigmentação natural em tons de vermelho, a qual foi escolhida para compor com as cores da paisagem e o tom avermelhado das colinas que circulam o vale de Tepozteco. As madeiras utilizadas na concretagem da obra, foram devidamente recicladas e transformadas em mobiliário ou como assoalho.
A estrutura do Hotel Tepoztlán abriga onze quartos privativos no total, os quais encontram-se distribuídos nos dois últimos níveis do edifício principal, proporcionando impressionantes vistas para o vale e para o parque El Tepozteco. Alguns quartos compartilham a mesma área de varanda e terraços, os quais podem ser transformados em jardins privativos de acordo com a demanda dos clientes. No térreo do edifício principal encontra-se o restaurante e a sala de ioga.
Em um pequeno edifício anexo, a cozinha e o bar do hotel dividem espaço com as salas de massagem, a academia de ginástica, a sauna e os vestiários compartilhados. Protegidos por uma enorme parede de pedra e plantas nativas replantadas do local, esses espaços compartilham uma mesma área comum, a qual dá acesso à piscina e um lago natural. No nível inferior do bar, além da sala de máquinas, há espaço suficiente para uma adega onde os hóspedes podem escolher o vinho que desejam tomar no jantar.